Máscaras
A famosa e persistente metáfora referente às máscaras usadas pelas pessoas em diversas situações sociais parece até um discurso desgastado nestes dias. Fala-se tanto em modelos, conduta, ética e moral que nem fazemos questão de sequer parar por um instante e analisar o nosso próprio modo de vida. Nossas ações são tão repetitivas que se acostumar com a rotina torna-se algo conseqüente.
Porém, é diante dessa rotina que vejo o quanto somos seres passivos. E não apenas passivos, como também passíveis em excesso.
Porém, é diante dessa rotina que vejo o quanto somos seres passivos. E não apenas passivos, como também passíveis em excesso.
Somos passivos quando nos baseamos em modelos alheios sem quaisquer argüições; passíveis demais quando aceitamos a volatilidade desses modelos uma vez mais sem questionamentos.
Passivos quando nos julgamos insignificantes para expressar e defender opiniões frente à sociedade; passíveis em excesso quando essas decisões não representam mais do que aspirações pré-fabricadas.
Aí está um dos principais motivos pelos quais nos utilizamos de máscaras.
As máscaras são para esconder a nossa passividade, a nossa omissão, o falso caráter que construímos. Elas denotam a nossa covardia e revelam o quanto somos marcados pela instabilidade de afirmação.
Infelizmente, fato é que essas máscaras, já inerentes ao nosso dia-a-dia, não cairão nunca, uma vez que a sociedade exige que nós não sejamos nós mesmos.
Afinal, tudo não foi transformado em produto?